quinta-feira, 11 de novembro de 2010
O grito.
que grito
em meu grito
é crítico
e concreto
O grito
que grito
em meu canto
é inconstante
libertino
paixão de amante
faz, a música,
poesia dançante.
Rodrigo Rabello
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Apenas alguns rabiscos.
terça-feira, 23 de março de 2010
Quem me dera, ao menos uma vez...
Tópico.
Rodrigo Rabello
Das utopias, registraria
a vontade que tenho
de me perder por entre as linhas
e o que preenche este desenho.
Rodrigo Rabello
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
O que fora tempo...
Condado
Em meio aos teus castelos, tuas esquinas, ruas estreitas e escuras
Em meio ao teu clima e as pontes e parques e rios e canais.
Em meio à música que cantas pelo vento
E ao cheiro de grama molhada que penetra a narina
Em meio as tuas paisagens que mais parecem pinturas
Sob a lua, à luz de velas
Em meio ao tempo que há muito passou
Há algo que não hei de esquecer
Se desenho era? Não sei, nem saberia
Mas perdi-me completamente em seus traços
Contorno e preenchimento
Aquilo me invadia
Nas linhas retas, teu vento tornava curva
E em meio àquele perfume, o teu se perdia
Aquela beleza? A tua se esvaia
E, então, antes o que fora tempo
Já não mais existia.
Apenas uma dúvida ficou:
Se desenho fosse, quando vida teria?
Rodrigo Rabello
domingo, 13 de abril de 2008
É noite...
Relato 2
inspiro e expiro
me inspiro.
na hora, na demora
Uma pedra, um pote,
Uma menina, o mar,
A infância, a morte.
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
No compasso do samba no meu coração...
Depois de um bom periodo de criste criativa, volto a postar minhas escritas.
A poesia que se segue resulta de uma reflexão bem... musical, digamos, acerca dos acontecimentos das nossas vidas. Tomando por linha de pensamento o fato de que ocorra o que ocorrer... sempre restará algo de bom proveito.
Escutando a mais pura bossa de Vinicius e Tom e divagando em meu leito cheguei ao que chamei de:
Compasso
No compasso do samba no meu coração
Me perdi em muitos passos
Como quando no meio da multidão
Me faltava espaço
No compasso do samba no meu coração
Várias músicas cantei, desafinado eu sei
A emoção de quando tocava a antiga canção
Que coro fazia com os velhos retratos de pessoas que amei
No compasso do samba no meu coração
Perdi a música e a poesia
E com as notas chorosas no violão
No fim da festa, não mais o eu-lírico existia
No compasso do samba, do frevo e da bossa
Do xote, do blues e da valsa.
Do tango, do Jazz, do Rock
Do Axé, do brega e do pop
Perdi o tempo e a rima
Perdi a inspiração
Perdi a vergonha
Perdi...
Foi então que perdi o medo
E me restou um poema de perdas.
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Lirismo pré-fabricado
Entende?
É isso que acontece nos mais diferentes momentos das nossas vidas.
Acredito que o conformismo explode em nossa cabeça e buscamos mais do que nunca uma explicação racional para nossas dúvidas.
E o pior é que encontramos.
Essa pequena nota é uma introdução para a poesia que segue abaixo. Em uma dessas crises eu a escrevi. Um estilo totalmente diferente do que costumava escrever. Forte. Politíco. Crítico. Desapegado de sentimentalismo.
Acho que ficou legal.
Nova Poesia Velha (ou velha poesia nova?)
Eu confio, cidadão.
Confio em mim, não em você.
Confio no que sou capaz de fazer
Acredito que posso mudar
O mundo
O outro
O ponto de vista
A opinião
Acredito no impacto do olhar
no do som rasgado da voz
Dono da razão
Sim ou não?
Talvez
Fazer o que?
Grito, brigo, reclamo...
Vejo no que dá
Burguês mimado
Fruto do pensamento porco de um chiqueiro-mundo
Poeta de lirismo pré-fabricado
Vanguarda de brechó
Mas acima de tudo
Humano
De forma tal, que o militante não é
Acredite se quiser
Faço, não falo.
Abandonei o discurso
Minhas ideologias vão além da fábrica de pensamentos
E agora?
Sou o José de Drummond
Que zomba dos outros
Que faz versos
Que ama, protesta?
Rodrigo Rabello